09/09/2010. postado
Movimentos sociais urbanos são sistemas de práticas sociais contraditórias, isto é, que controvertem a ordem estabelecida a partir das contradições específicas da problemática urbana. Sendo que a problemática urbana abrange as questões de moradia, saúde, cultura, etc.
Para Castells, "movimentos sociais urbanos são sistemas de práticas sociais contraditórias, isto é, que controvertem a ordem estabelecida a partir das contradições específicas da problemática urbana." Sendo que a problemática urbana abrange as questões de moradia, saúde, cultura, etc. A transformação estrutural do sistemas não é, para ele, uma condição para que o movimento se caracterize como um movimento social, mas sim um objetivo. "Por Movimento Social Urbano se entende um sistema de práticas que resulta da articulação de uma conjuntura definida, a um tempo pela inserção dos agentes suportes na estrutura urbana e na estrutura social, e de natureza tal, que seu desenvolvimento tende objetivamente para a transformação estrutural do sistema urbano ou para uma modificação substancial da correlação de forças na luta de classes, ou seja, em última instância, no poder do Estado."
Para Alain Touraine os "movimentos sociais são a ação conflitante de agentes das classes sociais, lutando pelo controle do sistema de ação histórica". Sendo ação histórica um conceito que representa o conjunto de influências da história sobre a prática social, sobre a produção da sociedade por si mesma. E a sociedade com que Touraine trabalha é caracterizada pela luta entre as classes visando dominar a historicidade, ou seja, o controle da sociedade.
Em alguns países em desenvolvimento não têm direito a escolas públicas e hospitais de qualidade ou à proteção do Estado diante do crime organizado. Comprometendo-se com um ambicioso plano de metas destinado a universalizar os direitos sociais? ONDE ESTÁ OS NOSSOS DIREITOS SOCIAIS? Será o Brasil uma país de todos, de poucos, ou de tolos.
Chamar o MST para uma conversa e tudo ficara´rapidamente solucionado,para representar os latifundiários, ninguém mais capaz.
A “Frente Nacional de Resistência Urbana” formada por diversos movimentos e organizações populares de vários estados do país, adotaram outro lema: “Minha casa, Minha luta”. A “Frente” atua com os setores mais pobres do país, que foram excluídos do programa.
POSTADO NO DIA 21/09/2010
A participação das mulheres nos movimentos sociais urbanos:
http://blog.soylocoporti.org.br/tag/central-dos-movimentos-sociais/
POSTADO NO DIA 21/09/2010
Um outro pressuposto da busca pela ampliação da participação das mulheres enquanto representantes políticas, seja por meios próprios ou mediante as ações afirmativas, é fazer, através da ação parlamentar destas mulheres eleitas, um espaço para a discussão e a ampliação da participação de um número maior mulheres na esfera da política formal, sem falar, é claro, das outras formas de atuação que visam, de outras maneiras, a defender também as questões referentes às relações sociais de gênero, até porque diz respeito à problemática inerente à condição de mulher, independentemente, neste sentido, de outros crivos sociais. No período Constitucional, quando foi possível a união de mulheres de diversos partidos para a discussão de medidas de defesa dos seus direitos. Elas pleiteavam que fossem observadas desigualdades das quais a mulher sempre foi vítima ao longo da história, podendo ser contempladas a partir deste momento, algumas mudanças legais que vieram a alterar práticas sedimentadas na sociedade brasileira.
É importante lembrar que o marco de arrancada de boa parte dos movimentos de mulheres no Brasil, é o ano de 1975, escolhido pela ONU como o ano internacional da
mulher, que culmina no país com grandes movimentações e organização da sociedade, em principio nas lutas contra a carestia, as reivindicações por creches, pela redemocratização e pela libertação de familiares presos pelo Regime Militar, como já foi abordado no trabalho (ALVAREZ, 1988, p. 325).
Além de campo de reivindicação, a participação das mulheres nos movimentos sociais significa para a maioria delas o rompimento com o confinamento na esfera privada, ou seja, a partir de sua inserção nestes movimentos, estas mulheres rompem os limites de sua vida cotidiana, restrita ao lar, e passa a discutir nestes espaços, não somente os problemas relacionados ao custo de vida, escola, habitação, temas que foram a alavanca para a mobilização, mas entram em discussão também, as questões referentes ao gênero, a separação público privado a que estas mulheres estavam destinadas. A própria violência doméstica da qual muitas eram submetidas (SOUZA-LOBO, 1991) passou a ser amplamente discutida.
É inegável a importância que as mulheres tiveram no processo de transição do regime militar para a constituição democrática no Brasil (ALVAREZ, 1988), cuja abertura política possibilitou também a ampliação de um espaço de reivindicações de maiores demandas sociais ou específicas de gênero. Todavia, a presença das mulheres em torno destes movimentos sociais não está relacionada somente às questões de gênero. “[...] as mulheres estão presentes também nas ocupações de terrenos urbanos, nos movimentos de saúde ou pela melhoria dos transportes, nas comunidades de base” (SOUZA-LOBO, 1991).
As questões de gênero que passam a ser discutidas a partir destes movimentos abordam justamente esta hierarquização no espaço doméstico, vindo à tona problemas que estiveram por longo período confinados em âmbito privado, como a violência doméstica, que alguns relatos revelam não serem tais problemas encarados como um problema social (VERUCCI, 1986), ou sequer um problema. Além da violência doméstica, outros problemas são abordados, não somente no âmbito das problematizações de gênero, mas em todas as esferas que venham a afetar a condição de mulher, como saúde, legislação trabalhista, o direito a creches, a questão do aborto, vista por muito tempo como uma questão problemática e geradora de discórdia até mesmo no seio dos movimentos de mulheres e dos movimentos feministas.
O processo de redemocratização, mesmo sendo levado de forma lenta, possibilitou a politização e o engajamento de uma parcela significativa da população, assim como
possibilitou também trazer para a esfera pública, assim como se verá adiante, questões que sempre estiveram restritas ao âmbito privado, embora nem sempre os estudos sobre a questão dêem o merecido valor à participação da mulher nestes movimentos (SOUZA-LOBO, 1991).
A busca pela participação na política formal, a partir destes movimentos, reitera a necessidade de ocupação do Estado. Isto se dá diferentemente da abordagem de segmentos do feminismo em outras partes da América Latina e em países desenvolvidos que viam nestas instituições um foro de representação dos interesses masculinos somente (LAMAS, 2000). Segundo Alvarez (1988), o Estado é autônomo com relação aos interesses masculinos, portanto, a partir de uma maior participação política das mulheres, as ações políticas oriundas desta participação podem refletir em ações no âmbito estatal voltadas para as demandas das mulheres que tentam resolver problemas comuns às suas condições. As desigualdades de gênero passam assim, a ser abordadas em várias políticas públicas a partir da atuação destes movimentos sociais.
É neste sentido que, ainda segundo a autora, as pressões dos movimentos sociais terão fundamental importância no sentido de buscar medidas adequadas às demandas sociais, além do fato da valorização mediante a participação nestas formas de organização, da política formal. No caso específico do Brasil, é a partir das mobilizações populares que se inicia o engajamento político partidário, uma via que leva à busca da representação formal, com grande ênfase nas eleições de 1982.
Se, até então, os partidos de oposição, com exceção do MDB – que a partir da volta do pluripartidarismo passa a se chamar de PMDB - estavam proibidos, a exemplo do que ocorria também com os sindicatos (BLAY, 1999), coube aos movimentos sociais a luta política pela redemocratização, cuja marca significativa é uma forte adesão das mulheres que fazem parte destes movimentos aos partidos de esquerda para o pleito de 1982. Este pleito, aliás, é bastante emblemático para a oposição ao regime ditatorial, pois tem nas urnas, a consolidação de uma maioria esmagadora dos votos em todo o país, ao passo que tem também nas candidaturas das mulheres um marco importante, pois houve uma série de candidatas foram eleitas com propostas bastante ousadas e desafiadoras para a época.
A expectativa que se tinha no entanto, é que passado o período de transição à democracia a participação política das mulheres, a exemplo que foi dado pelo seu engajamento nos Movimentos Sociais, pudesse continuar crescente, fato que acaba não
ocorrendo, pois a participação das mulheres na esfera política raríssimas vezes ultrapassa a casa dos 10 por cento do total de eleitos.
De fato, como aborda a autora (ALVAREZ, 1988), a grande presença das mulheres nos grandes movimentos sociais não apontou para uma presença análoga na busca pela participação na política formal, o que, segundo muitas estudiosas da questão, inclusive a própria autora aqui citada, acontece em virtude das desigualdades de gênero que estão implícitas nas organizações políticas e institucionais no Brasil.
Tivemos uma mudança de regime, ou seja, o país se democratizou depois de 21 anos de ditadura militar, porém, os nomes que estão fazendo a política no regime democrático são algumas vezes os mesmos que estiveram em ambos os lados durante o período de regime militar, inclusive o primeiro presidente civil, eleito pelo colégio eleitoral como vice, que exerceu durante muito tempo um mandato de Deputado e de Senador, além de presidir o partido que era a base de apoio do regime ditatorial.
Isto significa que, as alterações oriundas da abertura política não têm de fato um caráter tão profundo nas mudanças que eram esperadas, embora não podemos também desprezar alguns avanços que, sem dúvida, são oriundos da redemocratização e principalmente da grande mobilização da sociedade ocorridas neste período.
Considerações finais
A participação das mulheres nos movimentos sociais teve um papel fundamental não somente para as próprias mulheres, que têm a oportunidade de publicizar os problemas contidos hermeticamente até aquele momento no espaço privado. Tem o mérito de também agrupar a sociedade civil mediante tanto as questões mais específicas como o custo de vida, os movimentos por Creches ou outros, e também diante de questões mais abrangentes para toda a sociedade que se encontrava descontente com o regime ditatorial, que culminará com a redemocratização, embora este processo seja também decorrência de outros fatores, como o próprio esgotamento do sistema político e econômico aqui implantado pelo governo dos militares.
Este papel exercido pelas mulheres durante os anos de repressão, também teve o mérito, como já foi abordado, de proporcionar a discussão e um grande número de ações positivas com relação aos problemas inerentes à mulher, além de ter se tornado um eficaz
canal de reivindicação e de luta que agruparam diversos segmentos sociais, a princípio em torno de objetivos comuns, ou seja, a redemocratização do país e o restabelecimento do Estado de Direito, pondo fim à ditadura. Mais à frente, como se observa, o movimento de mulheres e o movimento feminista tomam caminhos diferentes. Um continua abordando as questões políticas, a luta da sociedade contra o regime ditatorial, ao passo que o movimento designado de feminista, a despeito da alcunha que lhe fora imposta de alienadas dos problemas maiores pelo qual passava o país, concentra seus esforços e direciona sua luta para as questões referentes a subordinação social das mulheres que tem sua origem desde o espaço doméstico.
BIBLIOGRAFIA:
http://www.youtube.com/watch?v=1FapLFDmLK8
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